Paixões que alucinam
Um dos meus professores, o renomado crítico de cinema André Setaro falou, durante um comentário sobre distribuição de filmes no Brasil, que as traduções dos títulos para português geralmente eram feitas por verdadeiros caça-níqueis, portanto pessoas/empresas um tanto quanto despreocupadas com a originalidade, conteúdo e temática que os filmes pudessem apresentar.
Olhando para a capa, que eu estava em mãos, da cópia brasileira de 'Paixões que Alucinam' cheguei até a rir, pensando o quão sórdido foram os distribuidores, ao porem na foto da capa dois homens se olhando e acima deles, em letras garrafais o anúncio de 'paixões alucinantes'.
Ri de verdade, mas depois de me recompor resolvi analisar o nome por uma outra instância.
Como mencionei no crítica que fiz ao filme /postada em outubro http://le-premier-bon-jour.blogspot.com/2006/10/shock-corridor.html/, cujo título original é Shock Corridor, a temática principal dele, posicionada na figura de Johny Barret, é a obsessão por sucesso.
Olhando para a capa, que eu estava em mãos, da cópia brasileira de 'Paixões que Alucinam' cheguei até a rir, pensando o quão sórdido foram os distribuidores, ao porem na foto da capa dois homens se olhando e acima deles, em letras garrafais o anúncio de 'paixões alucinantes'.
Ri de verdade, mas depois de me recompor resolvi analisar o nome por uma outra instância.
Como mencionei no crítica que fiz ao filme /postada em outubro http://le-premier-bon-jour.blogspot.com/2006/10/shock-corridor.html/, cujo título original é Shock Corridor, a temática principal dele, posicionada na figura de Johny Barret, é a obsessão por sucesso.
Uma paixão, até certa medida, pode ser regada pelo elemento que é muito bem abordado no longa: a loucura. E, no caso de Barret, a paixão pelos cliques, reconhecimento, sucesso e dinheiro a todo e qualquer custo tornou não só alucinante a paixão do personagem como, também, doentia.
"Não sei" se os distribuidores pretendiam significar isso ao traduzir o nome desta excelente obra de Samuel Fuller, mas eu pude, depois de gargalhadas e reflexões chegar a este acordo com o passado, sem permissão, mas muita vontade.
"Não sei" se os distribuidores pretendiam significar isso ao traduzir o nome desta excelente obra de Samuel Fuller, mas eu pude, depois de gargalhadas e reflexões chegar a este acordo com o passado, sem permissão, mas muita vontade.
Por Emilly Dias.
Capa do filme no Brasil:
Marcadores: 1967, destribuição, EUA, filmes, Paixões que alucinam, preto e branco, Samuel Fuller