quinta-feira, julho 08, 2010

Colecionando histórias, vivendo vidas.


Uma retrospectiva da minha jornada, nos últimos 6 meses. Caminhada acompanhada, passos, crescimento. Assim gosto de interpretar o capítulo da minha história, sempre atualizada no correr dos dias. Fico mesmo admirada com a quantidade e a intensa vivência dos meus acontecidos. Mais admirada ainda é notar que a pausa é a única capaz de me fazer perceber os pontos a mais aprendido, os pontos a mais colecionados: viver, experenciar, errar, acertar, chorar, sorrir, labirinto do tempo, delícias da vida.
Janeiro, 7 meses atrás, dentro do carro recém chegado da Chapada Diamantina, descarrego minhas malas para o descanso na fazenda Paty (Conceição de Feira). Numa fulgurante vontade de viver (INTENSA E CALOROSAMENTE) a paixão nova, o carro vermelho corta BR's e litorais: Algodões – Barra Grande – Canavieiras – Monte Pascoal – Itaúnas (ES) – Campos do Goitacazes (RJ) – Niterói – Rio de Janeiro.
No Rio pausa para: Funk na Cidade de Deus; The Week & Hax, Samba, PROJAC, Urca, Jardim Botânico, Lapa, Praias. A cidade maravilhosa parecia escrito propositadamente nesta jornada aqui narrada como um intenso montante de sonhos sorridentes...
Retornando continentalmente: Vitória (ES) – Vitória da Conquista (BA) – Salvador. Um mês errante. Roubo, raiva, gozo, vontade, céus, sóis, nuvens, comida, saudades, fuga, encontros.
Carnaval à porta e o carro novamente visita litorais, agora nordestinos. Olinda – Boa Viagem – Maratuípe – Maceió... e o eterno retorno à casa que me abre os peitos, e me afaga excitações. O verão vai acabando sem fotos, o dinheiro se esvai nas somas vividas e a vontade de trabalhar palpita.
Em Abril eis que surge o Juazeiro com seus doentes, farmácias e o Velho Chico em Calmaria rotineira. Na louca palpitação da Conspira, beira meu caminho: Roteadouro- Curaçá – Serra do Mulato – Petrolina – Fazenda Hortivale. Em Maio nos banhamos nas ferrosas águas da Chapada, estas que banham as praias do Paraguaçu, brilham na Gruta Azul e palpitam na Cachoeira do Buracão.
Meios de maio: marco zero para experiência Ilhéus. Deparando-me com russos e cariocas, conheço, no Porto da Cidade, a visão em cima de um Guindaste, o suco delicioso e a simpatia do amigo Arthur. Durante os dias cruzam à minha experiência fazendas cacaueiras, sacolas de juta, pequenas e enormes sedes de produção do Cacau abandonadas, mas lindas guardiãs da virgem Mata Atlântica.
Salvador, Deus me acuda, um “curta-longa com orçamento de vídeo”. Sr. Nilson, Sr. Ivan, André, Sr. Umberto (e mais pessoinhas brilhantes escavadas nos pontos mais incomuns desta cidade tão dessemelhante, como dizia o Gregório) foram as importantes aquisições dos meus dias de junho, para eternidade!
Dia 24/06, cavalos, fazenda Paty, jogos, seleção, descanso, desentendimento, acordos. Longitude máxima de barulho, longe, portanto, do forró.
Retorno à casa, glândulas inflamadas, médicos, biquínis novos e malas prontas para Boipeba. Na glamorosa e estonteante ilha, chuva, reality espanhol, família, boa comida, sonhos acordadas, sono largado, lagosta do Guido e sol inesperado. Torrinhas trás o jambo e o caminho para próxima parada.
Em Maracás, tremo com o frio impiedoso, choro com contas catastróficas e a mente borbulha em dúvidas sobre o próximo passo....
Em breves linhas gerais, assim termina o relato do que chamei até aqui de Jornada atual da minha vida. O sétimo mês do meu 2010 começa sem a certeza certeira do elemento (surpresa?) da minha irrotina do amanhã (graças aos céus) interminável!

Por Emilly Dias no dia 5/7/2010

Foto 1: Renata Marques
Foto 2: Helmut Newton