domingo, dezembro 11, 2005

Dicas destinadas a mim? Some news about Pasollini


Teorema,
Direção: Pier Paolo PasoliniTempo de duração: 98'Ano de lançamento: 1968Gênero: DramaSinopse: Em Milão, na primavera de 1968, um carteiro com o significativo nome de Ângelo entrega uma carta na "villa"de um industrial anunciando a chegada, no dia seguinte, de um hóspede desconhecido. O rapaz (Terence Stamp) não apresenta nenhuma qualidade particular e passa a maior parte do tempo lendo um livro de Rimbaud. Esta postura estranha, alheia a tudo e a todos, no entanto, atrai um a um todos os moradores da casa. A primeira é a empregada Emília (Laura Betti) que, com medo de não poder possuí-lo, tenta se matar. Mas ele a salva e faz amor com ela. Em seguida vem Piero, que, com o hóspede, descobre sua diversidade sexual. Os próximos serão Lucia, a esposa e dona da casa; Odetta, estudante introvertida e amante da autoridade paterna; e por fim o próprio pai, representante maior da burguesia que detém os meios de produção na sociedade. E a visita, assim como veio, partiu, chamada de volta pelo mesmo carteiro que anunciou sua chegada. Privados do amor daquele estranho, todos os membros da família percorrerão seus caminhos individualistas. A empregada Emília é a única que enxerga a natureza sagrada do hóspede. Ela então retorna ao povoado onde nasceu e ali espera que a visita se repita.

DECAMERON
Direção: Pier Paolo PasoliniTempo de duração: 112'Ano de lançamento: 1970Gênero: ComédiaSinopse: Primeiro capítulo da pasoliniana "Trilogia da Vida", Decameron é baseado em nove contos do livro homônimo de Giovanni Boccaccio (1313-1375), em que imperam os valores do corpo e da vitalidade sexual. Em cinco dos nove episódios, predominam mesmo o erotismo e a licenciosidade, como no conto em que o camponês se faz de surdo-mudo para trabalhar no convento e fazer amor com as freiras. "Decameron é uma obra que se pretende completamente alegre. E a alegria de viver que existia em Boccaccio provém de seu otimismo histórico, pois naquele momento estava explodindo uma grande novidade: a revolução burguesa... Boccaccio viveu o princípio de uma nova era", disse Pasolini, que dirigiu em seguida Os Contos de Canterbury e Mil e Uma Noites.

As Mil e Uma Noites
Direção: Pier Paolo PasoliniTempo de duração: 110'Ano de lançamento: 1972Gênero: Comédia/Drama EróticoSinopse: Inspirado no livro "The Canterbury Tales", do escritor inglês Geoffrey Chaucer (1343-1400), este filme de Pasolini é o segundo daquela que ele mesmo definiu como "Trilogia da Vida", composto ainda por Decameron (1971) e Mil e Uma Noites (1974). " ‘Os Contos de Canterbury’ foram escritos quarenta anos depois de ‘Decameron’, mas a relação entre o realismo e sua dimensão fantástica é a mesma. Chaucer não era refinado como Boccaccio, mas era mais moderno, pois na Inglaterra já existia uma burguesia. Isso permitiu a existência de uma contradição: de um lado o aspecto épico dos heróis medievais, do outro, a ironia e a auto-ironia, características essencialmente burguesas", disse Pasolini. Assim como em Decameron, os temas predominantes dos Contos são sexo, amor e morte, sendo que o último predomina, já que em todos os episódios há sempre um funeral, um assassinato, um condenado à morte ou um moribundo.
Os Contos de Canterbeury
Direção: Pier Paolo PasoliniTempo de duração: 110'Ano de lançamento: 1972Gênero: Comédia/Drama EróticoSinopse: Inspirado no livro "The Canterbury Tales", do escritor inglês Geoffrey Chaucer (1343-1400), este filme de Pasolini é o segundo daquela que ele mesmo definiu como "Trilogia da Vida", composto ainda por Decameron (1971) e Mil e Uma Noites (1974). " ‘Os Contos de Canterbury’ foram escritos quarenta anos depois de ‘Decameron’, mas a relação entre o realismo e sua dimensão fantástica é a mesma. Chaucer não era refinado como Boccaccio, mas era mais moderno, pois na Inglaterra já existia uma burguesia. Isso permitiu a existência de uma contradição: de um lado o aspecto épico dos heróis medievais, do outro, a ironia e a auto-ironia, características essencialmente burguesas", disse Pasolini. Assim como em Decameron, os temas predominantes dos Contos são sexo, amor e morte, sendo que o último predomina, já que em todos os episódios há sempre um funeral, um assassinato, um condenado à morte ou um moribundo.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Um pouco de filosofia




~ Nietzsche e sua Humildade ~

Em Ecce Homo, Nietzsche intitulou seus capítulos: "Por que sou tão finalista?", "Por que sou tão sábio?", "Por que sou tão inteligente?", "Por que escrevo livros tão bons?". Isso levou muitos a considerarem sua obra como anormal e desqualificada pela loucura. Essa opinião, no entanto, revela um superficial entendimento de seu pensamento. Para entendê-lo corretamente, é necessário colocar-se dentro do próprio núcleo de sua concepção da filosofia: Nietzsche inverteu o sentido tradicional da filosofia, fazendo dela um discurso ao nível da patologia e considerando a doença "um ponto de vista" sobre a saúde e vice-versa. Para ele, nem a saúde, nem a doença são entidades; a fisiologia e a patologia são uma única coisa; as oposições entre bem e mal, verdadeiro e falso, doença e saúde são apenas jogos de superfície. Há uma continuidade, diz Nietzsche, entre a doença e a saúde e a diferença entre as duas é apenas de grau, sendo a doença um desvio interior à própria vida; assim, não há fato patológico.

A loucura não passa de uma máscara que esconde alguma coisa, esconde um saber fatal e "demasiado certo". A técnica utilizada pelas classes sacerdotais para a cura da loucura é a "meditação ascética", que consiste em enfraquecer os instintos e expulsar as paixões; com isso, a vontade de potência, a sensualidade e o livre florescimento do eu são considerados "manifestações diabólicas". Mas, para Nietzsche, aniquilar as paixões é uma "triste loucura", cuja decifração cabe à filosofia, pois é a loucura que torna mais plano o caminho para as idéias novas, rompendo os costumes e as superstições veneradas e constituindo uma verdadeira subversão dos valores. Para Nietzsche, os homens do passado estiveram mais próximos da idéia de que onde existe loucura há um grão de gênio e de sabedoria, alguma coisa de divino: "Pela loucura os maiores feitos foram espalhados pela Grécia". Em suma, aos "filósofos além de bem e mal", aos emissários dos novos valores e da nova moral não resta outro recurso, diz Nietzsche, a não ser o de proclamar as novas leis e quebrar o jugo da moralidade, sob o travestimento da loucura. É dentro dessa perspectiva, portanto, que se deve compreender a presença da loucura na obra de Nietzsche. Sua crise final apenas marcou o momento em que a "doença" saiu de sua obra e interrompeu seu prosseguimento.

As últimos cartas de Nietzsche são o testemunho desse momento extremo e, como tal, pertencem ao conjunto de sua obra e de seu pensamento. A filosofia foi, para ele, a arte de deslocar as perspectivas, da saúde à doença, e a loucura deveria cumprir a tarefa de fazer a crítica escondida da decadência dos valores e aniquilamento:

"Na verdade, a doença pode ser útil a um homem ou a uma tarefa, ainda que para outros signifique doença... Não fui um doente nem mesmo por ocasião da maior enfermidade".

Salvem pessoas! Há milênios não posto neste blog, que ao contrário do que parece, também é manejado por minha pessoa, e não apenas por minha ilustríssima Emilly.
Meu afastamento, entretanto, teve motivos... Dentre os quais a total falta de vontade para escrever. Contudo, acredito ter voltado aos bons tempos. Talvez seja o final do semestre que se aproxima (e faz com que me preocupe cada vez mais com isso...), talvez seja a chegada de bons fluidos, perspectivas... Não sei...
Para retornar ao Le Premier Bon Jour, resolvi postar alguns comentários e releases sobre meu filósofo favorito: Frederich Nietzsche. Espero que esteja do agrado.

Betina Sigg

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Charles Bukowski


Ben Gazzara em cena de crônica de um amor louco , de Marco Ferreri: alter ego de Charles Bukowski
Charles Bukowski (1920-1994) foi um autor único em vários sentidos. Em primeiro lugar pela decisão de fazer da literatura um corpo-a-corpo com a vida. Escreveu sobre a única coisa que conhecia, ele mesmo, em seus momentos mais sórdidos, doídos, apaixonados, deprimidos, céticos. Foi também único porque não fez parte de escola, embora parecesse um primo pobre tardio da geração perdida de Ernest Hemingway e Gertrude Stein ou um dos integrantes dos alucinados anos da beat generation. Foi tão sozinho como singular. Mas tem mais: sua individualidade estava em não ser a favor de nada. Nascido na Alemanha, mudou-se aos três anos para os Estados Unidos. Não se identificava com a cultura européia mais sofisticada, embora fosse um homem culto, nem com o democratismo da expressão norte-americana, ainda que escrevesse em revistas suspeitas e fizesse leituras de poemas em botequins. Foi um exilado de si mesmo. Mas Bukowski era um cara legal porque, apesar de uma herança de violências pessoais e miséria contumaz, colocou inteligência e senso de humor no que fez. Ele escrachava com tudo, perdia a classe, perdia dinheiro, perdia mulheres, perdia empregos, mas não perdia a inteligência de viver. Sua obra, já bem conhecida no Brasil em sua vertente de prosa, ganha agora um reforço com a publicação dos 25 melhores poemas de Charles Bukowski, em edição bilíngüe com tradução sofisticada de Jorge Wanderley. E Bukowski, que é interessante na prosa confessional, se mostra um poeta igualmente ligado na vida. Sua poesia reescreve sua saga pessoal, com o mesmo senso de realidade e quase cinismo, mas com um elemento a mais.
Os poemas são longos, escritos sempre em primeira pessoa, narrando fatos como a dureza de viver, as noites de insônia, a atração pelas mulheres. Parecem — e são — o mesmo enredo de livros como Cartas na rua, Mulheres e Factótum, por exemplo. Mas o que era expressão direta de histórias que brotavam do esforço preguiçoso em apenas continuar vivendo com a cota possível de prazer se torna mais reflexivo e lírico. Não lirismo arranjado com recursos de estilo, mas um jeito direto, igualmente personalíssimo, que deixa adivinhar um certo travo de ceticismo com as soluções dadas pela vida. Na poesia, Bukowski é ainda mais duro consigo mesmo. \n Poemas como Faíscas, que narra o tempo perdido num emprego estúpido, que dá ao poeta apenas a garantia de um pequeno pagamento para comprar bebida e maltratar mulheres, ganha um elemento de crítica social, quase marxista, na conclusão melancólica:"Sabíamos que éramos uns babacas fazendo os ricos mais ricos (...) éramos maravilhosos, dávamos a eles muito mais/ do que nos pediam/ e ainda assim/ a eles não dávamos nada\'\'. O erotismo também está presente em sua marca forte, mas que não perde um ar cândido de entrega às mulheres erradas: \'\'Eu quero que ela/ saiba/ que dormir/ todas as noites ao seu lado/ e mesmo nas/ discussões mais banais/ eram coisas/ esplêndidas\'\'. \nO livro traz ainda poemas sobre outras obsessões de Bukowski, como o contato com minorias raciais marginalizadas, as corridas de cavalo, seus autores favoritos, os rompimentos amorosos, o ódio das pessoas direitas, o hábito consolador e destrutivo da bebida. E tem também a morte, a única inimiga de um homem que parece não ter nada a perder com a vida. Suas antevisões do fim são amargas (como o trabalho que vai dar à mulher que acordará ao lado de seu cadáver), mas têm sua carga de vingança: "Mesmo assim continuam querendo/ mulheres/ dinheiro/ fazer sentido". Bukoswski se deu ao luxo de apenas viver. Não sofreu pelos desejos não cumpridos, \'\'logo que você acha/ que está justamente/ começando".

Os poemas são longos, escritos sempre em primeira pessoa, narrando fatos como a dureza de viver, as noites de insônia, a atração pelas mulheres. Parecem — e são — o mesmo enredo de livros como Cartas na rua, Mulheres e Factótum, por exemplo. Mas o que era expressão direta de histórias que brotavam do esforço preguiçoso em apenas continuar vivendo com a cota possível de prazer se torna mais reflexivo e lírico. Não lirismo arranjado com recursos de estilo, mas um jeito direto, igualmente personalíssimo, que deixa adivinhar um certo travo de ceticismo com as soluções dadas pela vida. Na poesia, Bukowski é ainda mais duro consigo mesmo. Poemas como Faíscas, que narra o tempo perdido num emprego estúpido, que dá ao poeta apenas a garantia de um pequeno pagamento para comprar bebida e maltratar mulheres, ganha um elemento de crítica social, quase marxista, na conclusão melancólica: ''Sabíamos que éramos uns babacas/ fazendo os ricos mais ricos/ (...) éramos maravilhosos/ dávamos a eles muito mais/ do que nos pediam/ e ainda assim/ a eles não dávamos nada''. O erotismo também está presente em sua marca forte, mas que não perde um ar cândido de entrega às mulheres erradas: ''Eu quero que ela/ saiba/ que dormir/ todas as noites ao seu lado/ e mesmo nas/ discussões mais banais/ eram coisas/ esplêndidas''. O livro traz ainda poemas sobre outras obsessões de Bukowski, como o contato com minorias raciais marginalizadas, as corridas de cavalo, seus autores favoritos, os rompimentos amorosos, o ódio das pessoas direitas, o hábito consolador e destrutivo da bebida. E tem também a morte, a única inimiga de um homem que parece não ter nada a perder com a vida. Suas antevisões do fim são amargas (como o trabalho que vai dar à mulher que acordará ao lado de seu cadáver), mas têm sua carga de vingança: ''Mesmo assim continuam querendo/ mulheres/ dinheiro/ fazer sentido''. Bukoswski se deu ao luxo de apenas viver. Não sofreu pelos desejos não cumpridos, ''logo que você acha/ que está justamente/ começando''.

João Paulo Do Estado de Minas

Brincando de alquimista!


Meu amor

Aqui estou como uma admiradora não secreta, uma amante inveterada.
Quero lhe falar que gostaria de estar ligada a você como mais força e intensidade que os carbonos, quando formam um diamante. Espero que na nossa relação haja trocas mútuas e perfeitas, assim como o compartilhamento de elétrons numa ligação covalente.
Você bem sabe que toda matéria é formada por átomos e, me perece que todos os meus, que compõem o meu corpo, se modificam por você.
Já fui íon na vida. Querendo roubar ou ceder a qualquer custo meus elétrons, minhas vontades, meu tesão. Ao seu lado, porém, aprendi a buscar o equilíbrio. E pretendo mantê-lo.
Nossa união é a neutralização, que me traz paz, de todos os ácidos e base que borbulham toda vez que lhe vejo.
Não pretendo formar consigo um sistema homogêneo. Querendo respeitar a heterogeneidade, cada fase, cada estado que nós comporá.
Dê-me a formula, que só você possui, para agitar minhas moléculas, aumentar minhas temperatura, enlouquecer minha pressão!
Como, por favor me revele, você consegui modificar em segundos, todo sólido pesado e obscuro que povoa meu coração em gazes que se dissipam pelo ambiente, levando consigo inclusive as más lembranças.
Façamos a distribuição das nossas experiências vividas na diagramação de Pauling, encontrando os “S´s”, “P’s”, “D’s” e, em cada uma das letras, marcar, como em ferro, o nosso amadurecimento, nossa felicidade.
Foi amor desde o primeiro momento.
Relação física, pois moldamos nosso estado, mas nunca nossa composição.

Por isso te amo.

(As pessoas que posaram para foto em preto e branco são dois amigos meus de Conquista. Lindos. Adoro!)

Esse texto fiz para minha irmã... impulsionda pela melancolia dos tempos de fardamento, ajudei-a num trabalhinho de química. Não consigo não mimá-la!


Aqui é ela... dando o ar da graça em Fernando de Noronha.