Ciranda desatada
Certo dia percebi que havia algo faltando. Apalpei-me da cabeça aos pés, na tentativa esperançada de encontrar a lacuna, o vazio, ou aquilo que, naquele instante, era inexistente (em mim?).
A melancolia era a trilha sonora amarga daqueles tantos instantes em que a perda, ou o sentimento de, dominavam meus mecanismos racionais. Fiz menção de me expressar de alguma forma. Um grito (o clichê da dor), talvez. Mas o que presenciava eram lágrimas frenéticas que percorriam um caminho inusitado, alcançando meus olhos e penetrando neles pesada e atabalhoadamente, me fazendo arder de maneira indescritível.
Os sentimentos confundem-se todos. A falta da direção era aparente, os planos crescentes e a busca incessante.
Um Eu que acreditava possuir começou a reformular significações de palavras, conceitos e passados. Ele sozinho, confuso e ambivalente passou a entender que a maturidade era pouco a pouco adicionada à estrutura do seu ser e comportamento. De qualquer forma, porém, entre ápices extremos de euforia e apatia, o tumulto e a dualidade coexistiam no seu interior.
Realizações, conquistas e experiências, muito bem premeditadas, trabalhadas e vividas foram as maiores provas de que sonhos (por mim, outrora, desacreditados) poderiam ser concretizados, de fato!
A fuga agora se concretizava na vontade quase e sempre urgente de conhecer algo, através do projeto dum e daquele púbere sonho que abria uma nova vertente de um ciclo cujo fim era incógnito.
O Eu percebeu que, pela primeira vez não estava perdido, mas continuava sozinho. E andava.
A partir de então entendeu o que faltava, certificando-se que de fato algo faltava, mas não apenas nele.
E repentinamente aquelas sorrateiras, porém subversivas, lágrimas voltaram a me rasgar, novamente, da cabeça aos pés.
A melancolia era a trilha sonora amarga daqueles tantos instantes em que a perda, ou o sentimento de, dominavam meus mecanismos racionais. Fiz menção de me expressar de alguma forma. Um grito (o clichê da dor), talvez. Mas o que presenciava eram lágrimas frenéticas que percorriam um caminho inusitado, alcançando meus olhos e penetrando neles pesada e atabalhoadamente, me fazendo arder de maneira indescritível.
Os sentimentos confundem-se todos. A falta da direção era aparente, os planos crescentes e a busca incessante.
Um Eu que acreditava possuir começou a reformular significações de palavras, conceitos e passados. Ele sozinho, confuso e ambivalente passou a entender que a maturidade era pouco a pouco adicionada à estrutura do seu ser e comportamento. De qualquer forma, porém, entre ápices extremos de euforia e apatia, o tumulto e a dualidade coexistiam no seu interior.
Realizações, conquistas e experiências, muito bem premeditadas, trabalhadas e vividas foram as maiores provas de que sonhos (por mim, outrora, desacreditados) poderiam ser concretizados, de fato!
A fuga agora se concretizava na vontade quase e sempre urgente de conhecer algo, através do projeto dum e daquele púbere sonho que abria uma nova vertente de um ciclo cujo fim era incógnito.
O Eu percebeu que, pela primeira vez não estava perdido, mas continuava sozinho. E andava.
A partir de então entendeu o que faltava, certificando-se que de fato algo faltava, mas não apenas nele.
E repentinamente aquelas sorrateiras, porém subversivas, lágrimas voltaram a me rasgar, novamente, da cabeça aos pés.
13/04/2006
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Foto de Eolo Perfido
4 Comentários:
sim, sim,
eu que nao consigo fazer isso.
adoro o jeito que voce escreve.
Não te conheço, mas admiro muito a sua narrativa. Me senti profundamente angustiada ao ler essa crônica, exatamente porque você consegue muito bem e de forma densa, traduzir tudo isso em sensações. Muito legal, parabéns.
Fernanda!
Fico felissíssima em saber que gosta do que escrevo.
Mas quem é você?
Deixa um contato, gosto de trocar informações...
Ah! será que vai ler o pedido?
Anyway, bom te ter aqui.
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