sexta-feira, março 09, 2007

Resenha da aula 06/03/2007

Dentro da pré-estabelecida divisão de assuntos durante as aulas de Comunicação e Tecnologia, ministrada pelo professor doutor André Lemos, começamos a do dia 06/03/07 com a discussão (trazida por alunos da primeira turma) sobre a Wikipédia, a livre enciclopédia. Dentro do assunto, o professor explicitou o significado e funcionamento de:

Wiki – é um software de produção e compartilhamento de conteúdo. Em se falando de acesso, ele é semelhante ao Blog, já que indivíduos escrevem coletivamente. A diferença é que qualquer pessoa tem poder de modificar o texto e conteúdo produzido anteriormente por outros, através da utilização (majoritária) do código HTML As desvantagens que envolvem este software são as publicações, já que as mesmas podem conter informações não 100% seguras (já que quem escreve nem sempre é dotado de conhecimentos profundos sobre o tema) e o vandalismo (presença de publicações tendenciosas, inválidas e corrompidas).

Blog – é uma ferramenta (leia-se página na Web) coletiva de postagens de textos por data, com abertura para comentários. As postagens, ou atualizações, são escritas por todas as pessoas inscritas naquelas determinadas páginas (blogues/blogs) e não podem ser alteradas na sua estrutura por terceiros. Os comentários, por sua vez, significam um espaço dentro do Blog onde qualquer pessoa pode contribuir, discutir, desconstruir ou adicionar conteúdo, sempre relacionado ao texto da postagem.

Web 2.0 – O tópico, na minha opinião, mais complicado de resumir. Em sala, foi levantado o seguinte esquema:
Emissão (de uma pessoa para alguma outra pessoa, de qualquer lugar do mundo) => Conexão (vinculada ao número de trocas potenciais de conteúdo) => Reconfiguração (as mudanças pelas quais a linguagem, modelo e interface da Web foram submetidos ).

Nas palavras dos contribuidores do site Carreira solo, a Web 2.0 significa, entre outras coisas, simplicidade e conteúdo:

“Tudo deve ser intuitivo e evidente. É um mundo sem tabelas desnecessárias ou gráficos pesados. Nele, os ambientes se adaptam ao local onde são lidos/consumidos; na verdade, nos parece que o destino é a independência deste suporte. A nova web se alimenta. De conteúdo.”

“O conteúdo da Web 2.0 é a possibilidade democrática e sem barreiras de exercer sua possibilidade de opinar... A esta habilidade de opinar diretamente sobre o conteúdo, damos o nome de Tagsonomia, ou seja, associar àquele trecho de qualquer coisa, uma marca indelével, classificatória e pessoal. Daí a enxurrada de Comunidades Digitais e Aplicações que nos fazem mais falantes, que mostram ao mundo nossa(s) personas digitais . E isso não quer dizer que este mundo novo acontecerá apenas no computador pessoal, como conhecemos hoje. A Web 2.0 nasce sob a égide da pervasividade. Ou seja, as aplicações que chegam ao “mercado” virão prontas para rodar nos players de mp3, nos celulares, nos videogames, na TV Interativa .”

A diferença básica entre a Web e a Web 2.0 é que a primeira se configura na leitura e a segunda pressupõe o melhoramento da anterior, usando a leitura, mas apostando na participação (escrita).

A cauda longa - Teoria postulada pelo jornalista Chris Anderson que explica como a livraria virtual Amazon (dentre outras empresas virtuais) vem propiciando uma mudança significativa no foco do consumo em muitas culturas e sociedades contemporâneas, tentando quebrar a hegemonia da regra dos 80/20[1]. Baseado na receita da loja em questão, Chris comprova que os numerosos nichos (ou produtos “desprezados” pelo mercado tradicional, pela não rentabilidade imediata do mesmo) podem ser economicamente tão atrativos quanto os poucos milionários hits, já que como na internet a livraria possui uma prateleira ‘infinita’, a quantidade de volumes oferecidos tornar-se-á sem fronteiras, abrindo assim a possibilidade de circulação para os diversos formatos nichos (que não precisarão mais passar pela homogeneização dos blockbusters).




Gráfico retirado do site Techbits.

A segunda etapa da aula configura-se nos textos lidos em sala. A partir deles foi tecido um panorama (a partir de diferentes visões) sobre a influência da tecnologia na vida do homem moderno; até onde elas se diferenciam das descobertas dos homens remotos; e como essas técnicas mudaram a psicologia, laços sociais e trabalhistas de toda a sociedade hodierna.

Começando pelo texto “Tecnologias escravizam e destroem o caráter” do professor Gilson Shwartz, é percebida uma atitude pessimista em relação aos destroços, mazelas e detritos que as técnicas produzem. Resumindo o texto às suas palavras chaves, há uma abordagem dos contrapontos da técnica sob suas facetas mais diversas:
A promessa da empregabilidade x demissão em massa;
Escravos letrados + "commoditização" (por palavras dele: vulgarização mercantil em larga escala) que resultam numa avançada[2] forma de alienação do trabalho a qual “estaria obrigando os indivíduos a um desligamento social que culmina com a incapacidade de perceber o tempo e conceber o futuro.”
Um exemplo cabido neste contexto (citado em aula), foi o da empresa Google, onde ela esquematiza o tempo dos seus “escravos com habilidade em HTML” de uma maneira tal que eles passem a trabalhar e a produzir com prazer, sem sair do espaço físico da companhia. O esquema é mais ou menos assim:
70% do tempo os empregados fazem o trabalho rotineiro da empresa
20% do tempo eles estarão criando, com total liberdade, qualquer produto (a exemplo do Orkut) dentro da empresa, mesmo que eles não estejam dentro do padrão estipulado pela mesma.
10% de ócio criativo.

Bombasticamente crítico, o matemático e, segundo alguns, neo-ludista Unabomber aborda o estupro da liberdade pela técnica implantada (não mais paulatinamente) na (s) sociedade (s) no seu texto “A tecnologia ameaça a liberdade”.
Diferentemente do que Daniel Bougnoux abordou em “Qual determinismo tecnológico” sobre a existência das tecnologias flexíveis, ou seja “aquelas que se propõem sem se impor e que podem ser evitadas”), Unabomber não acredita na utilização facultativa dos meios técnicos e diz, inclusive que “em muitos casos a nova tecnologia altera a sociedade de tal forma que as pessoas acabam por se sentir "obrigadas" a usá-la”.

Marc Guillaume, por sua vez, esquematiza o funcionamento das técnicas:

O economista francês, M. Guillaume, acredita que a tecnologia trabalha em três níveis: o retórico, estratégico (que se caracterizam como a mitologia programada) e táctil (a verdadeira mitologia, patamar no qual a sociedade se apropria das benesses e prejuízos da técnica). A lembrar que o nível táctil acontece por apropriação macro-determinada da técnica, mas seu uso é adaptado às idiossincrasias de cada região e localidade onde a mesma (a tecnologia) foi empregada e “aceita”.

“Toda tecnologia é passível de uma apropriação criativa. A internet é um bom exemplo. Inicialmente foi projetada para fins militares, como meio para preservar as comunicações entre pontos estratégicos... Hoje caiu em domínio popular e sua atual expansão transformou os propósitos iniciais em uma idéia esdrúxula.
Deste modo, justifica-se a quebra da homogeneidade tecnológica. A vida na cidade, por exemplo, não é experimentada da mesma forma por todos os cidadãos. A prática na cidade nada mais é que a invenção da vida, onde cada indivíduo participa com suas experiências pessoais, modificando conteúdo do lugar onde vive. Ou seja, o indivíduo não é um receptor passivo das influências externas, mas age para transformar o seu meio.”[3]



[1] Esta é a regra intitulada “Pareto Principle” a qual afirma que 20% dos produtos representam 80% do faturamento.
[2] Aprimoramento da alienação marxista.
[3] Trecho retirado do site de Comunicação e Atualidade da Faculdade de Comunicação da Ufba.

Resenha escrita pela aluna Emilly Dias, referente à aula da terça-feira, dia 06/03/2007

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Aluna aplicada essa tal de Emily Dias, hein?! rsrs... soh falta a foto que eu fiquei de ajudar a por aqui, neh? mas pode deixar, que, se até eu voltar ainda nao tiver colocado, eu ajudo fazê-lo!!! prometo!! rsrs

7:54 PM  

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